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Fontes naturais também são responsáveis pelo aumento de metano na atmosfera

Por| Editado por Patricia Gnipper | 31 de Janeiro de 2022 às 14h00

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Lifeonwhite/Envato Elements
Lifeonwhite/Envato Elements

Os níveis de metano atmosférico não param de subir e, em grande parte, isso se deve às emissões de fontes naturais, como a biodecomposição em pântanos. Ao menos é o que diz o relatório do Global Carbon Project (GCP), que analisou um extenso conjunto de dados atmosféricos.

Embora dure apenas nove anos na atmosfera, o metano é o gás de efeito estufa (GEE) mais potente que há. Desde a Revolução Industrial, seu impacto global — incluindo seus efeitos em outros gases — é aproximadamente metade do impacto do gás carbônico.

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Entre as décadas de 1980 e 1990, os níveis de metano atmosférico subiram, mas logo se estabilizaram. Em 2007, a concentração voltou a subir e ainda mais veloz. Então, no ano passado, a taxa de metano atmosférico atingiu um novo recorde: quase 1.900 partes por milhão (ppm).

Com isso, estamos cada vez mais distantes de cumprir as metas do Acordo de Paris, firmadas em 2015, para reduzir os níveis de metano e outros poluentes da atmosfera da TErra.

Fontes de metano na Terra

O relatório do GCP, que analisou dados atmosféricos de 2000 a 2007, descobriu quais as principais fontes deste gás. Anualmente, estima-se que 600 milhões de toneladas de metano sejam lançados à atmosfera, dentre os quais dois quintos vêm de fontes naturais. Os três quintos restantes são emitidos por atividades humanas. Só a indústria de combustível fóssil emite 100 milhões de toneladas por ano.

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Parte do metano que sobe à atmosfera vem da indústria de gás natural. Recentemente, uma pesquisa revelou que os fogões domésticos perdem o metano mesmo quando desligados, além do que vaza nos canos e tubulações envolvidas. Entre 2000 a 2007, a indústria do carvão foi responsável por um terço de toda emissão. A agriculta emite 150 milhões de toneladas de metano a cada ano — sendo a maior fonte do mundo. Aterros urbanos e sistemas de esgoto, juntos, alcançam os 70 milhões de toneladas de metano anualmente.

Para identificar a origem do gás, os cientistas analisam a proporção de carbono atmosférico — o carbono-12 representa o metano de fontes biogênicas e o carbono-13 surge dos combustíveis fósseis ou incêndios. Segundo os cientistas, o metano produzido por fontes naturais está aumentando bem mais rapidamente do que aquele lançado pela indústria de combustíveis fósseis.

Emissões biogênicas de metano

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O relatório também observou que, desde 2007, as principais fontes biogênicas de metano se concentraram nos trópicos, embora o hemisfério Norte tenha contribuído bastante.

Os pântanos do mundo emitem aproximadamente 200 milhões de toneladas de metano a cada ano e, uma vez que a temperatura global aumenta, a biodecomposição nessas áreas pantanosas emite ainda mais do gás nocivo.

E os micróbios presentes no estômago das vacas são parecidos aos encontrados nos pântanos. De modo geral, os ruminantes emitem quase a mesma quantidade de metano do que a indústria de combustíveis fósseis, algo em torno de 115 milhões de toneladas por ano.

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Os pesquisadores ressaltam a necessidade de medidas urgentes e eficazes para a contenção do metano global — inclusive porque isso foi firmado na última conferência do clima da ONU, a COP26, onde mais de 100 nações de comprometeram a reduzir o metano em 30% até 2030.

O relatório foi publicado no periódico Earth System Science Data (ESSD).

Fonte: ESSD, Via The Conversation